sexta-feira, 17 de abril de 2009

GAIA

A deusa Mãe primordial, uma das primeiras divindades a habitar o Olimpo, geradora de todos os deuses, a deusa-terra, livre de nascimento ou destruição, de tempo e espaço, de forma ou condição.

Segundo as crenças gregas, no princípio havia um grande vazio chamado Caos e todas as coisas estavam mistas umas às outras. Sobre esta confusão reinava a Noite e em algum momento surgiu o Érebo.

Do Caos e da Noite nasceram o Destino e as divindades Moiras, que estabeleciam tudo, inclusive os deuses estavam submetidos a elas. Para vencer o silêncio e o vazio nasceu o Amor (Eros), produzindo um início de ordem.

Da união de Érebo e Noite nasceram o Éter e o Dia e, então, apareceu Gaia, a terra, a mãe universal. Surgiu do vazio eterno, dançando e girando sobre si como se fosse uma esfera em rotação. Moldou as montanhas segundo sua espinha, os vales pelos buracos de sua pele, os morros e planícies de acordo com seus contornos.

De sua quente umidade fez nascer um fluxo de chuva que banhou e alimentou a sua superfície trazendo a vida e pequenos filhotes verdes se lançaram através de seus poros. Encheu os oceanos e lagoas e fez os rios correrem através de profundos sulcos. Observou suas plantas e animais crescerem e, então, trouxe à luz de seu útero seis mulheres e seis homens, os humanos mortais, e posteriormente deu-lhes um oráculo para orientação deles.

Nos morros de Delfos, fez brotar vapores que subiram por uma fenda nas rochas, envolvendo uma sacerdotisa capaz de interpretar as mensagens que surgiam da escuridão de sua terra-útero. Os mortais viajavam longas distâncias para consultar o oráculo e ouvir suas previsões para suas ansiedades. Comovida com suas criaturas humanas e seus ansiosa a deusa-terra aceitou os mortos em seu corpo e passou a ser reverenciada por todos os mortais.

Muitos dos seus templos eram construídos próximo a pequenas fendas, onde anualmente os mortais ofereciam bolos doces. Por si só, gerou o Céu (Urano), e a ele próprio se uniria para formarem o primeiro casal divino e dessa união nasceram os 12 Titãs, os Ciclopes e os Hecatônquiros, gigantes de cinqüenta cabeças e cem braços. Segundo a mitologia grega, quando deu origem aos Titãs, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive o Monte Olimpo, seus tronos, pois eram tão grandes que mal cabiam na crosta terrestre.

No poema Teogonia, de Hesíodo, que Urano estava banindo seus filhos para o Tártaro, sua esposa, incitou seu filho mais poderoso, Cronos, a enfrentar o pai e tomar o seu poder. Assim, os Titãs liderados por seu filho Cronos destronaram seu pai, Urano, que na luta cortou seus genitais com uma pequena foice, separando assim o Céu e a Terra, e os atirou no mar dando origem a uma das lendas de Afrodite.

Cronos desposou Réia e entre seus filhos estava Zeus, que destronou seu pai, tornou-se senhor dos deuses e organizou os olímpicos, uma plêiade de doze deuses principais que habitavam o Monte Olimpo, sucessores dos Titãs, formando uma sociedade que era classificada quanto à autoridade e poder.

O nome Gaia, Géia ou Gê, é utilizado como prefixo para designar as diversas ciências relacionadas com o estudo do nosso planeta.
Gaia, Géia ou Gê, a deusa-mãe, a personificação da Mãe Terra. Como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase infinita. Gaia é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos. Tal como Caos, Gaia parece possuir uma natureza forte, pois gera sozinha, Urano, Pontos e as Montanhas. Hesíodo sugere que ela tenha gerado Urano com o desejo de se unir a alguém semelhante a si mesma em natureza. Isso porque Gaia personifica a base onde se sustentam todas as coisas, e Urano é então o abrigo dos deuses "bem-aventurados".

Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs, após, os Ciclopes e os Hecatônquiros (Gigantes de Cem Mãos). Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o poder de filhos tão grandes e poderosos e os encerrou novamente no útero de Gaia. Ela, que gemia com dores atrozes sem poder parir, chamou seus filhos Titãs e pediu auxílio para libertar os irmãos e se vingar do pai. Somente Cronos aceitou. Gaia então tirou do peito o aço e fez a foice dentada. Colocou-a na mão de Cronos e os escondeu, para que, quando viesse Urano, durante a noite não percebesse sua presença.
Ao descer, Urano, para se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido por Cronos, que atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. Cronos lançou os testículos de Urano ao mar, mas algumas gotas caíram sobre a terra, fecundando-a. Do sangue de Urano derramado sobre Gaia, nasceram os Gigantes, as Eríneas e as Melíades.
Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas vendo o quanto eram poderosos, também os temia e os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerância do filho, tramou uma nova vingança. Quando Cronos se casou com Réia e passou a reger todo o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Réia a salvar o filho que viria a ser Zeus. Réia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma pedra, e escondeu seu filho em uma caverna.

Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante 100 anos nenhum dos lados chegava ao triunfo. Gaia então foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os 3 Ciclopes e os 3 Hecatônquiros. Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Todavia, Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus.
Num primeiro momento, ela pariu os incontáveis Andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os orgãos genitais femininos e masculinos. Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a inteção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, ele e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatametne ao meio. Assim feito, Zeus venceu.
Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélios, Selene, Éos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente.
Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélios, Selene, Éos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente.
Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas cultura Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.

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